quarta-feira, 25 de maio de 2011

ENUMA ELISH ( TEXTO BABILÔNICO )

1
Quando não havia Universo, nem terra, nem peso, nem profundezas.
Quando o Apsu estava sozinho,
Ele, as águas doces, o iniciador da criação, e Tiamat ( donzela da vida ), as águas salgadas, e aquele que voltou para onde nasceu, seu Mummu, quando não existiam os deuses....

Quando doce e salgado estavam juntos, sem separação,
Os juncos não estavam trançados, ou galhos sujavam as águas,
quando os deuses não tinham nome, natureza ou futuro, então a partir de Apsu e Tiamat, nas nuvens dele e dela, foram criados os deuses, e nas águas a terra precipitou-se,

Lahmu e Lahumu
foram nomeados; não eram nem bem velhos, nem bem crescidos
quando Anshar e Kishar os dominaram,
e as linhas do céu e da terra se estabeleceram onde os horizontes se encontram para separar o que era nuvem do que era terra.

Dias seguiram dias, anos seguiram anos,
Até An , o céu vazio, herdeiro e conquistador,
primogênito de seu pai, à imagem de sua própria natureza,
fez nascer Nudimud-Ea,
intelecto e sabedoria maiores do que o horizonte dos céus,
o mais forte de  todos os de sua espécie.

Discórdia rompeu entre os deuses, apesar de serem irmãos, e a brigar eles começaram na barriga de Tiamat, fazendo o céu tremer, e começaram a dançar; o Apsu não pode silenciar o clamor, seus modos eram ruins, altaneiros e orgulhosos.
Tiamat continuava inerte até que Apsu, o pai dos deuses, chamou por seu conselheiro, Mummu:
- Caro conselheiro, vem comigo até Tiamat.
Eles assim o fizeram, e em frente de Tiamat eles se sentaram, falando sobre os jovens deuses, seus filhos primogênitos; Apsu falou:

- Os modos deles me revoltam, dia e noite, sem cessar, sofremos. Minha vontade é destruí-los, todos os de sua espécie, para que possamos Ter paz e dormir novamente.
Quando Tiamat isto escutou, ela se sentiu atingida, e se retorceu, em solitária desolação, o coração cheio de paixão mantida em segredo. Disse Tiamat:
- Por que devemos destruir os filhos que fizemos? Se os modos deles são o problema, esperemos um pouco mais.
Então Mumu aconselhou Apsu, e ele falou com maldade:
Pai, destrua-os todos numa rebelião completa, e teremos calma durante o dia, e à noite poderemos dormir.
Quando Apsu ouviu os objetivos contra seus filhos, sua face inflamou-se com o prazer do mal; mas a Mummu ele abraçou, pendurou-se ao seu pescoço, colocou-o nos seus joelhos e o beijou.
Esta decisão foi conhecida por todas as crianças, a confusão tomou-os e em seguinda um grande silêncio, porque estavam confusos. 
O deus que é a fonte da sabedoria, a inteligência brilhante que percebe e planeja, Nudimud-Ea, examinou a questão, sondou o tumulto do caos, e contra isto deliberou o artífice do universo .
Ele disse a palavra que encanta as águas, e este encanto caiu sobre o Apsu, que dormiu. As águas doces dormiram, Apsu dormiu, Mummu foi então derrotado , e Apsu permaneceu inerte, sem ação.
Ea então rasgou o manto de glória flamejante e tomou sua coroa, vestindo a si mesmo com a auréola de rei. Quando Ea prendeu Apsu, ele o matou, e Mummu, o conselheiro sombrio, pegou pelo nariz, aprisionando-o.
Ea derrotou seus inimigos, pisando por cima deles. Agora que seu triunfo estava completo, em profunda  paz, ele descansou, em seu palácio sagrado, Ea adormeceu. Por sobre o abismo, à distância, ele construiu sua casa e templo, e ali, com toda magnificência, ele foi viver com sua esposa Damkina .
Naquela sala, no ponto das decisões onde o que deve vir a ser é pré-determinado, ele foi concebido, o mais sagaz, aquele que veio do poder mais absoluto em ação.
No abismo profundo ele foi concebido, MARDUK foi criado no coração do Apsu, MARDUK foi criado no coração do Apsu sagrado. Ea é seu pai e Damkina a ele deu à luz, pai e mãe; ele foi amamentado pelas deusas, suas amas dotaram-no com grande poder.
O corpo de Marduk era lindo; quando erguia seus olhos, luzes dele irradiavam , seu passo era majestoso, ele foi um líder desde o início.
Quando Ea o viu ele estava exultante, radiante, brilhante, porque ele era perfeito, e multiplicou seus dons divinos, para ser o primeiro e o mais alto
Os membros de Marduk eram imaculados, sua forma um mistério amedrontador além da compreensão, com quatro olhos para visão sem limite , e quatro ouvidos que ouviam tudo, quando seus lábios se moviam, uma língua de fogo se projetava. Membros fortes, titânicos, de pé, ele ultrapassava em altura os outros deuses, tão forte ele era, pois vestia a glória de dez e raios se projetavam ao seu redor .
- Meu filho, meu filho, filho do sol, e sol do firmamento!
Então An criou os ventos, colocou-os nos quatro quadrantes, para que ele pudesse comandar a poeira e formar o tornado, uma tempestade para atormentar Tiamat
Mas agora os outros deuses não tinham paz, atormentados pela tempestade, eles conspiraram em segredo  e levaram a Tiamat a razão de suas tramas. À mãe Tiamat, eles disseram:
- Quando eles mataram Apsu, você não se moveu, você não fez nada para ajudar teu esposo. Agora An chamou estes ventos abomináveis dos quatro quadrantes para rugir nas tuas entranhas. Quanto a nós, não podemos descansar, tal é a dor. Lembra de Apsu no teu coração, teu esposo, lembra de Mummu, que foi derrotado, agora estás sozinha, desolada, e nós perdemos teu amor. Nossos olhos doem, e queremos dormir. Acorda, mãe, vai à forra e acaba com eles como o vento!
Tiamat aprovou, dizendo:
- Aprovo tal conselho: faremos monstros, e os monstros e os deuses irão marchar juntos na batalha.

Juntos eles marcharào com Tiamat, dia e noite furiosamente eles tramarão, prontos para a batalha, enquanto a Velha Bruxa, a primeira mãe, começou a geração dos monstros
Ela soltou o vento irresistível, ela gerou serpentes enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões ruidosos vestidos de glória como deuses. (Quem olhasse estas coisas recebia o choque da morte, pois quando tinham estes corpos, não voltavam retrocediam).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu 

Não havia misericórdia nas armas deles, eles não fogem da batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a vanguarda da batalha
Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos, eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a ele as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu julgamento é a última palavra! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Quando Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente pertencia a Anu, em suas várias naturezas, eles confirmaram a geração de monstros.
2
Quando seus trabalhos na criação terminaram, contra seus filhos Tiamat começou a fazer os preparativos de guerra. Estas foram as más novas que chegaram até Ea.
Quando ele soube das más novas, Ea ficou prostrado, sentando-se em silêncio até encher-se de ira. Então ele lembrou-se dos outros deuses. Ele foi até Anshar, pai de seu pai, para relatar-lhe dos planos tramados por Tiamat.
- Ela nos odeia, pai, nossa mãe Tiamat levantou as hordas, ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite, furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o vento irresistível, ela gerou serpentes enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões ruidosos vestidos de glória como deuses. (Quem olhasse estas coisas recebia o choque da morte, pois quando tinham estes corpos, não voltavam retrocediam).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu

Não havia misericórdia nas armas deles, eles não fogem da batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a vanguarda da batalha

Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos, eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua palavra irá segurar as hordas rebeldes
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente pertencia a An, em suas várias naturezas.
Quando Anshar soube de como a tempestade de Tiamat estava se levantando, ele sentiu como se lhe tivessem atingido as entranhas, e mordendo os lábios, preocupado e doente no coração, ele cobriu sua boca para aplacar palavras de preocupação e temor.
Finalmente ele falou, incentivando Ea a lutar:
Já uma vez fizeste uma armadilha de palavras; vá agora e tente [novamente]. Mataste Mummu, mataste Apsu; mate Kingu, aquele que marcha à frente de Tiamat!
O sagaz conselheiro dos deuses, Nudimud-Ea respondeu a Anshar:
[Quebra de oito linhas parcialmente reconstruídas]
Irei ao encontro de Tiamat e acalmarei seu espírito, quando o coração dela transbordar, ela irá ouvir minhas palavras, e se não forem as minhas palavras, então as tuas irão acalmar as águas.
Nudimmud tomou o caminho mais curto, indo direto a Tiamat. Mas quando ele viu toda a estratégia dela, ele retrocedeu, tremendo.
Portanto, Anshar chamou seu filho An.
Este é o verdadeiro herói, a força irresistível, um deus forte. Vai, enfrenta Tiamat e acalme seu espírito. Quando o coração de Tiamat transbordar, ela irá te ouvir, mas se ela permanecer irredutível, minha palavra irá acalmar as águas.
An tomou o caminho mais curto, indo direto a Tiamat. Mas quando ele viu toda a estratégia dela, ele retrocedeu, tremendo, para seu pai Anshar
Ele contou como viu a força de Tiamat:
"Minhas mãos são muito fracas, eu não posso conquistá-la!".
Anshar ficou estupefato; ele olhou para o chão, sentiu seus cabelos ficarem em pé. Ele balançou [vigorosamente] a cabeça para Ea e todos os Anunnaki , os deuses reunidos no palácio, todos em grande silêncio, sentados em seus lugares, calados, pensando no acontecido.
"Que outro deus pode declarar guerra a Tiamat? Ninguém mais pode olhá-la de frente e voltar."
Então o Senhor, pai de todos os deuses, levantou-se com toda majestade. Tendo tudo considerado, ele falou aos Anunnaki:
- Quem dentre nós é impetuoso na batalha? Marduk, o herói! Somente ele é forte o bastante para nos vingar.

Ea chamou então Marduk no local secreto, e deu-lhe conselhos sutis, fruto de seus pensamentos mais profundos:
- Você é o filho amado que alegra meu coração , Marduk. Quando fores até Anshar, caminhe até ele sem hesitação, como se fosses para uma batalha. Em pé, mostrando toda tua estatura, fala com ele, e daí, quando ele te vir portando-te desta forma, seu coração irá se acalmar.
Marduk exultou, e fez tal qual seu pai havia-lhe dito. Ele avançou com confiança até Anshar, e de pé, em toda sua estatura, levantou os olhos para o grande deus. Quando Anshar viu o jovem deus, seu coração transbordou de alegria, ele beijou o jovem herói nos lábios e espantou todo desespero.
- Anshar, quebra teu silêncio, que tuas palavras soem, pois vou executar o que teu coração mais deseja. Que herói já impôs batalha sobre ti? Apenas uma mulher, aquele ser feminino, apenas Tiamat te desafia com todos os seus artifícios. Logo, porém, estarás de pé sobre o pescoço de Tiamat.
- Meu filho, meu filho sábio, confunda Tiamat com palavras cheias de força, vá rápido e agora, na tempestade que é tua carruagem. Os ventos da tempestade jamais irão te abandonar em face a Tiamat, mas tendo acabado com ela, não tardes em retornar.
Marduk exultou, com espíritos elevados ele disse ao pai dos deuses:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos, se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegremente sentado no Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre , que minha palavra seja a lei. Eu, não você, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir a ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha criação perdure até os fins do mundo!
3
Palavras saíram dos lábios de Anshar; ele disse a seu conselheiro Kaka:
- És o conselheiro que alegra meu coração, aquele que julga com grande verdade e sabe usar da persuasão com justiça. Vá até Lahmu e Lahamu. Estou te ordenando que vá aos fundamentos da existência, e que chames as gerações dos deuses.
Que eles falem, que eles se sentem juntos para banquetear, que eles festejem, comam e bebam licores e que todos confirmem o destino do vingador Marduk! Kaka, vá logo, e de pé, diante deles, repita o que lhe digo [agora]: Aqui fui mandado por seu filho Anshar, e fui encarregado de comunicar seus segredos a ele!,

" Ela nos odeia, nossa mãe Tiamat levantou este Exército, ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite, furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o vento irresistível, ela gerou serpentes enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões ruidosos vestidos de glória como planetas. (Quem olhasse estas coisas recebia o choque da morte, pois quando tinham estes corpos, não voltavam retrocediam).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu

Não havia misericórdia nas armas deles, eles não fogem da batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a vanguarda da batalha

al posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos, eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua palavra irá segurar as hordas rebeldes
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente pertencia a An, em suas várias naturezas.
Mandei An, mas ele não pode enfrentar Tiamat, Nudimmud voltou cheio de terror, então Marduk levantou-se, um jovem e sábio deus, um da linhagem sagrada, seu coração o impeliu para enfrentar Tiamat. Mas ele disse o seguinte:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos, se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegremente sentado no Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre, que minha palavra seja a lei. Eu, não o grande Anshar, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir a ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha criação perdure até os fins do mundo!
Portanto, venham logo e confirmem o destino de Marduk, e o mais breve possível ele irá partir para encontrar a Grande Adversária!"
Kaka partiu, indo até Lahmu e Lahamu. Ele beijou os sedimentos primevos, ele curvou-se até o chão e entregou a seguinte mensagem aos antigos deuses:
Fui mandado vir aqui por seu filho Anu, encarregado de lhes contar seus pensamentos mais secretos:
" Ela nos odeia, nossa mãe Tiamat levantou as hordas, ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem deste a vida.
Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite, furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração.
Ela soltou o vento irresistível, ela gerou serpentes enormes com mandíbulas afiadas, cheios de veneno ao invés de sangue, dragões ruidosos que vestem sua glória como deuses. (Quem olhasse tais criaturas recebia o choque da morte).
- Ela criou a Minhoca,
o Dragão
o Monstro Mulher
o Grande Leão
o Cachorro Louco
o Homem (e Mulher) Escorpião
a Tempestade Ruidosa
Kulili
Kusariqu

Não há misericórdia nestas armas, eles não fogem da batalha, pois a lei de Tiamat os une, irrevogável.
Onze destes monstros ela criou, entretanto, tomando dentre os deuses o trabalhador desastrado
KINGU
Um dos da primeira geração para ser seu Capitão, Líder de Guerra, Líder da Assembléia, o organizador dos suprimentos para liderar a vanguarda da batalha

Tal posto ela deu a Kingu quando criou a companhia, dizendo:
- Agora está em tuas mãos. Meu encanto irá mantê-los unidos, eles devem obedecer à minha vontade. És supremo, meu marido sem igual, tua palavra irá segurar as hordas rebeldes.
Ela deu a Kingu as Tábuas do Destino e amarrou-as no peito dele:
- Agora e para sempre tua palavra é irrevogável, teu julgamento, duradouro! Eles irão apagar o fogo e a clava vai perder sua força!
Portanto Kingu recebeu tal autoridade, que anteriormente pertencia a An, em suas várias naturezas.
Mandei An, mas ele não pode enfrentar Tiamat, Nudimmud voltou cheio de terror, então Marduk levantou-se, um jovem e sábio deus, um da linhagem sagrada, seu coração o impeliu para enfrentar Tiamat. Mas ele disse o seguinte:
Criador de todos os deuses, aquele que decide os destinos, se devo ser teu vingador, aquele que irá derrotar Tiamat, salvando a vida de todos os deuses, chame a Assembléia, dá-me precedência sobre todo o resto; e quando o grande Anshar se sentar para passar decretos, alegremente sentado no Ubshukinna, a Sala do Sínodo, agora e para sempre, que minha palavra seja a lei. Eu, não o grande Anshar, irei decidir a natureza do mundo, o que deve vir a ser. Meus decretos jamais deverão ser alterados ou anulados, mas que minha criação perdure até o final dos tempos e os confins do mundo!
Portanto, venham logo e confirmem o destino de Marduk, e o mais breve possível ele irá partir para encontrar a Grande Adversária!"
Quando Lahmu e Lahamu ouviram isto, eles se preocuparam, e todos os deuses fizeram gemidos de preocupação.
Que estranha e terrível decisão, os desígnios de Tiamat são profundos demais para nós entendermos.
Então eles se prepararam para a jornada, todos os deuses que determinam a natureza do mundo e das coisas que virão a ser vieram a pedido de Anshar, encheram o Ubshukinna, cumprimentaram-se uns aos outros com um beijo.
Na Sala do Sínodo as vozes ancestrais foram ouvidas, eles se sentaram no banquete, eles comeram e festejavam com iguarias e licores mais deliciosos.
Suas almas se expandiram, seus corpos ficaram pesados e sonolentos, e este era o estado dos deuses quando eles estabeleceram o destino de Marduk.

4
Foi feito um trono para Marduk, e ele ali se sentou, face a face com seus ancestrais para receber o governo.
- Um deus é maior do que todos os outros deuses,
de fama mais justa, cuja palavra de comando, é a palavra dos céus, oh Marduk, o maior de todos os grandes deuses, honra e fama, vontade de Anu, grande no comando, palavra eterna e inalterada!

Onde houver ação, Marduk é o primeiro a agir,
Onde houver governo, Marduk é o primeiro a governar, para dar glória a uns, para humilhar outros, a prerrogativa do deus, Verdade absoluta, vontade sem limite, que deus ousará questioná-lo? Nos seus locais mais lindos destes mesmos deuses, um lugar é sempre guardado para Marduk, nosso vingador.

Nós te chamamos aqui para receber o cetro, para fazer de ti rei de todo o universo. Quando te sentares no Sínodo, serás o árbitro; na batalha, tuas armas esmagarão o inimigo.
- Deus, salva a vida de qualquer deus que se voltar para ti; mas para aqueles deuses que apreenderem o mal, que a vida destes deuses lhes seja tirada.'
Os deuses ancestrais conjuraram então um tipo de aparição na frente deles, fazendo com que este ser aparecesse frente a Marduk, para dizer ao jovem deus, o primogênito:
- Deus, tua palavra entre os deuses arbitra, destrói e cria; fale então e esta aparição irá desaparecer. Fale novamente, e a aparição irá reaparecer.
Ele falou e a aparição desapareceu. Novamente ele falou, e a aparição reapareceu. Quando os deuses deram-se satisfeitos por Marduk Ter provado a força de sua palavra, os deuses ancestrais abençoaram-no e bradaram:
- MARDUK É REI!
Os deuses ancestrais vestiram Marduk com as vestimentas reais, o cetro e o trono a ele foram dados, bem como armas de guerra sem igual como um escudo contra adversários.
Parta agora. Tire a vida de Tiamat, e que os ventos carreguem seu sangue até os limites mais secretos do mundo!
Os antigos deuses mostraram a Bel o que ele teria de ser e o que deveria fazer, sempre através da conquista, sempre através de [grandes] vitórias;
Então Marduk fez uma reverência e para marcar aquela que seria sua arma, sua e somente sua, ele colocou uma flecha contra o arco, na mão direita e segurou a clava e levantou-a para o alto, arco e flecha pendurados ao ombro, sendo que relâmpagos se projetavam à sua frente, ele mesmo tornando-se numa figura incandescente.
Ele fez uma rede, uma isca para Tiamat; os ventos, em suas posições nas quatro direções, seguraram tal rede, o vento sul, o vento norte, o vento leste e o vento oeste, de forma que parte alguma de Tiamat pudesse escapar.
Com a rede, o presente de Anu, ao lado, ele se ergueu.
IMHULLU
O vento atroz, a tempestade, o redemoinho, o furacão, o vento dos quatro, o vento dos sete, e o túmido, o pior de todos.
Todos os sete ventos foram criados e liberados para assaltar as entranhas de Tiamat. Os ventos se postaram atrás de Marduk. Então o tornado
ABUBA
Seu último grande aliado, o sinal para para o assalto, ele levantou.

Marduk montou na tempestade, sua carruagem terrível, tomou as rédeas, em suas mãos uma parelha de quatro terríveis, afiados dentes venenosos, o Matador, o Impiedoso, Marchador, Rápido, eles sabiam artes de pilhagem, habilidades de assassinos.
Ele colocou à sua direita o Batedor, o melhor em fazer confusões; à sua esquerda esta a Fúria da Batalha, que aniquila o mais bravo; adornou sua armadura com terror, uma auréola de espanto; com uma palavra mágica murmurada entre dentes, uma planta que cura foi pressionada na palma de sua mão. Assim armado, ele partiu.
Ele seguiu na direção do som crescente da ira de Tiamat, com todos os deuses a seu lado, e os pais de todos os deuses. Desta forma, Marduk se aproximou de Tiamat.
Ele a observou examinando as profundezas, ele testou o plano de Kingu, o consorte de Tiamat, mas assim que Kingu viu o jovem deus, ele começou a tremer, começou a sentir medo, e ao ver os deuses que enchiam as fileiras atrás de Marduk, quando Kingu viu o bravo jovem deus, seus olhos repentinamente se anuviaram.
Mas Tiamat, sem virar seu pescoço, cuspiu em desafio:
Arrogante, pensas que és o maioral? Eles estão saindo agora de seus esconderijos por você?
Então o senhor levantou um furacão, a grande arma que ele lançou com palavras e terrível fúria:
- Por que estás te insurgindo, teu orgulho criando um abismo, teu coração escolhendo facções, para que teus filhos rejeitem seus pais? Mãe de todos nós, por que tens de ser a mãe da guerra?
Fizeste de Kingu, aquele inepto, teu esposo! Deste a ele a posição de Anu, não que ele merecesse, porém. Tens abusado dos deuses, meus ancestrais, em amarga malevolência ameaças Anshar, o rei de todos os deuses. Tens incentivado as forças para batalha, preparado as armas de guerra. Levante-se, portanto, sozinha, e lutaremos contra ti, e eu somente contigo irei lutar.
Quando Tiamat ouviu Marduk, com seus nervos à flor da pele, ela ficou enraivecida e gritou para o alto, suas pernas estremeceram, ela começou a fazer encantos e maldições, enquanto que os deuses da guerra afiavam as suas armas.
Então eles encontraram Marduk, o mais arguto dos deuses, e Tiamat engalfinhou-se com ele num combate corpo a corpo.
Marduk lançou sua rede para prender Tiamat, e o implacável vento Imhullu veio por trás e bateu na face de Tiamat. Quando ela abriu a boca para engolir Marduk, o jovem deus empurrou Inhullu para dentro dela, de modo que a boca não se fechasse e que o vento rugisse na barriga da mãe original de todos os deuses, para que sua carcassa explodisse, entumecida. Tiamat escancarou sua boca, e então Marduk disparou a flecha que lhe cortou as entranhas, que atingiu seu estômago e útero da criação.
Agora que Marduk havia conquistado Tiamat, ele terminou com a vida dela. Ele atirou-a ao chão, subindo em sua carcassa. A líder da insurreição estava morta, seu corpo despedaçado, seu bando disperso.
Aqueles deuses que haviam marchado ao lado dela agora estavam cheios de terror. Para salvar suas próprias vidas, se pudessem , voltaram suas costas ao perigo. Mas então eles foram rodeados num círculo, do qual não podiam escapar.
Marduk esmagou as armas dos deuses rebeldes, e jogou-as com eles na sua rede. Lá, os deuses rebeldes choraram e se esconderam pelos cantos, sofrendo a ira de Marduk.
Aqueles que resistiram, foram colocados em grilhões, que continham onze monstros, estes monstros os filhos malditos de Tiamat, com todos os seus armamentos assassinos. O bando demoníaco da grande deusa que havia marchado à frente dela, Marduk levou ao solo, de joelhos.
Mas Kingu, o usurpador, o chefe de todos eles, Marduk prendeu e o matou, tomando as Tábuas do Destino, usurpadas sem direito por Kingu, e selando-as com seu selo, Marduk colocou-as em seu peito.
Quando tudo isto tinha sido feito, os adversários derrotados, o inimigo orgulhoso humilhado, quando o triunfo de Anshar havia sido alcançado sobre o inimigo, e a vontade de Nudimmud satisfeita, então o bravo Marduk apertou as cordas dos prisioneiros.
Ele voltou para onde Tiamat jazia acorrentada, ele abriu as pernas da deusa e espatifou seu crânio (pois a clava não tinha misericórdia), ele cortou as artérias e o sangue dela jorrou na direção do Vento Norte para os confins desconhecidos do Mundo Físico.
Quando os deuses viram tudo isto, eles riram alto e mandaram presentes a Marduk. Eles mandaram ao jovem herói tributos agradecidos.
O jovem deus descansou. Ele olhou para o corpo amplo de Tiamat, ponderando sobre como usá-lo, o que criar da carcassa morta. Ele abriu o corpo de Tiamat em dois, com a primeira metade, a superior, ele construiu o arco dos céus, ele empurrou para baixo uma barra e fez uma sentinela para as águas, de forma que estas jamais pudessem escapar.
Ele cruzou o céu para conhecer a distância infinita; ele colocou-se a si mesmo sobre o Abzu, o mesmo Abzu construído por Nudimmud sobre o velho abismo que agora ele navegava, medindo-o e mapeando- o .
Ele estendeu a imensidão do firmamento, ele fez Esharra, o Grande Palácio, à sua imagem terrena, e Anu, Enlil e Ea tiveram seus caminhos certos.
5
Ele projetou posições para os grandes deuses sempre presentes nos céus, ele deu a eles um aspecto estelar como constelações; ele mediu o ano, dando a este começo e fim, e para cada mês do total de doze, ele assinalou três estrelas ascendentes.
Quando ele havia marcado os limites do ano, ele deu aos deuses e a todos nós Nibiru, o polo do universo, para manter o curso das estrelas, para que erro algum pudesse ocorrer ao longo de todo firmamento. Para os caminhos de Ea e Enlil, ele estabeleceu um paralelo.
Das costelas de Tiamat, ele abriu os portais do Leste e do Oeste, e colocou ferrolhos na direita e na esquerda, e alto sobre o ventre de Tiamat ele determinou o zênite.
Ele deu à lua o lustro de uma jóia, ele deu à lua toda noite para marcar os dias, para zelar durante a noite de cada mês o círculo da luz crescente e decrescente.
Lua Nova, quando apareces no mundo, seis dias teus chifres são crescentes, até o meio círculo do sétimo dia, crescendo ainda fase após fase, divides o mês de lua cheia a lua cheia. Então começas a desaparecer e aos trinta dias o ciclo começa novamente, sempre crescendo e decrescendo, para sempre.
Este é teu emblema e a estrada celeste que percorres, e quando te aproximas do sol, ambos falam com justiça e julgamento acima de todas as corrupções.
[Algumas linhas estão faltando aqui]
Após Ter posto a lua, Marduk voltou-se para o sol e fê-lo completar um ciclo deste até o próximo Ano Novo.
...Ele deu a ele o Portal do Leste, e os confins da noite com o dia, ele deu a Shamash.

Então Marduk considerou Tiamat. Ele tocou na espuma do mar salgado, elevou-a até as nuvens, a rotação da água e dos ventos e das nuvens de chuva, a saliva de Tiamat.
Com suas próprias saídas da névoa de vapor, ele espalhou as nuvens. Ele pressionou com força a cabeça das águas, fazendo com que montanhas se assentassem sobre estas, abrindo rios para que corressem. O Eufrates e o Tigre ergueram-se dos olhos de Tiamat, mas ele fechou o nariz dela, para dominar a nascente do rio.
Ele fez grandes montanhas, e nelas fez surgir poços para canalizar as águas das fontes mais profundas; no alto, ele fez um arco com a cauda de Tiamat, prendendo as rodas do céu; nas profundezas sob os pés de Marduk, ele pôs o fulcro do firmamento. Agora a terra tinha as suas fundações, e o céu, o seu manto.
Quando o trabalho do deus tinha acabado, quando ele terminou tudo a que se propôs, então na terra ele fundou templos, e entregou-os todos a Ea.
Mas as Tábuas do Destino foram tiradas de Kingu e devolvidas como um primeiro cumprimento a Anu. Os deuses que desistiram da luta, ele os fez comparecer à sua presença, o pai dos deuses.
Com as armas de guerra quebradas, ele prendeu a seus pés as onze monstruosas criações de Tiamat. Ele criou seres semelhantes a estas criaturas monstruosas para que ficassem de pé, nas portas do abismo, o Portal do Apsu, dizendo:
- Isto é para lembrar que Tiamat não deve ser esquecida!
Todas as gerações dos Grandes deuses ficaram cheias de alegria ao ver Marduk, com Lahmu e Lahamu; seus corações unidos quando se aproximaram para encontrar Marduk.
O Rei Anshar deu a Marduk as boas-vindas com cerimônia, Anu e Enlil vieram carregando presentes, mas quando Marduk recebeu o presente de sua mãe Damkina, então a face do jovem deus brilhou, sua face se iluminou com brilho incandescente.
Ele deu a Usmu, servo de Damkina, aquele que lhe trouxe os cumprimentos, a tarefa de zelar pela casa secreta do Apsu, ele fez de Usmu o guardião dos santuários de Eridu.
Todos os deuses dos céus estavam lá, todos os Igigi caíram de joelhos frente a Marduk, todos os que estavam lá e apoiavam os Anunaki beijaram os pés do jovem deus. Todos os deuses se juntaram em reverência.
Eles se postaram frente a Marduk, fazendo uma grande reverência, bradando em uníssono:
- Ele é mesmo rei!
Quando todos os deuses de todas as gerações estavam altos com o glamur da masculinidade de Marduk, quando eles viram suas roupas com a poeira da batalha, então eles fizeram seu ato de obediência....
Ele se banhou, colocou roupas limpas, pois agora era o rei de todos os deuses. Glória circundava sua cabeça; na sua mão direita, ele segurava a clava da guerra, na sua mão esquerda ele segurava o cetro da paz, seu arco estava preso às suas costas, ele segurava a rede, e sua glória tocava as profundezas. ...
Ele subiu ao trono erguido no templo. Damkina e Ea e todos os Grandes deuses, todos os Igigi bradaram:
- No passado, Marduk significava apenas o filho bem-amado, mas agora ele é em verdade o Rei, ele é deveras Rei!
Os deuses bradaram a uma só voz:
GRANDE SENHOR DO UNIVERSO! Este é seu nome, nele nós confiamos!
Quando tal ato foi executado, quando os deuses fizeram de Marduk seu rei, eles desejaram paz e felicidade ao jovem escolhido:
- Sobre nossas casas, manterás vigília sem cessar, e tudo o que desejares de nós, será feito.
Marduk pensou a respeito destas palavras, e então falou aos deuses reunidos em sua presença. Isto foi o que ele lhes disse:
- No passado, todos habitavam no vazio acima do abismo, mas eu fiz a Terra como um espelho dos Céus, eu consolidei o solo para as fundações, e lá eu irei construir minha cidade, meu lar adorado
Um local sagrado deve ser estabelecido, com salas consagradas à presença do rei. Quando todos vocês vierem das grandes profundezas para se juntarem ao Sínodo, todos encontrarão guarida e conforto para dormir à noite. ]
Quando os deuses das alturas descerem até a assembléia, todos os deuses das alturas também encontrarão guarida e conforto para dormir à noite. Este lar será a BABILÔNIA!
O LAR DOS DEUSES. Os mestres de todas as artes deverão construir minha cidade de acordo com meu plano.
Quando os deuses mais velhos ouviram este discurso, eles sentiram que tinham de fazer uma pergunta:
- Acima de tudo o que criaste com tuas próprias mãos, quem irá administrar a lei? Acima de tudo o que existe na terra que criaste, quem irá sentar para emitir julgamentos?
Deste à tua Babilônia um nome auspicioso, que ela seja para sempre o nosso lar! Que os deuses nos sirvam dia após dia, e que à medida em que nós a ti dermos força e poder, que ninguém usurpe nossas posições!
Marduk, o conquistador de Tiamat, ficou satisfeito; a barganha era boa; ele continuou falando com palavras arrogantes, explicando tudo aos deuses:
- Eles irão prestar este serviço, e dia após dia, todos vocês irão dar força à minha vontade, para que esta seja lei.
Então os deuses adoraram frente a ele, e para ele novamente, para o rei de todo universo, eles bradaram a uma só voz:
- Este grande senhor foi outrora nosso filho, agora ele é nosso rei. Invocaremos seu nome uma vez por cada vida, ele que é o senhor, a chama de luz, o cetro da paz e a clava da guerra.

- Que Ea seja seu arquiteto e que ele faça uma planta de excelência para Babilônia, e seus construtores seremos nós!

6
Agora que Marduk havia escutado o que os deuses haviam dito, surgiu dentro dele o desejo de criar um trabalho da mais completa de todas as artes. Ele contou para Ea os pensamentos profundos que estavam em seu coração.
- Sangue com sangue,
Eu junto,
sangue a osso,
Eu formo
Algo original,
seu nome é HUMANIDADE,
e a humanidade original
é minha criação.

- Todas as suas ocupações serão o serviço fiel,
os deuses terão seu descanso,
e eu sutilmente alterarei suas operações,
dividindo companhias, igualmente abençoadas.

Ea respondeu com palavras cuidadosamente escolhidas, completando o plano para o conforto dos deuses. Ele disse a Marduk:
- Que apenas um(a) da raça seja levado, apenas um(a) precisa morrer para a nova criação. Reúna os deuses na Grande Assembléia, e que apenas um morra, para que o restante possa viver.
Marduk chamou os Grandes deuses ao Sínodo, ele presidiu a assembléia com cortesia, ele deu instruções a todos eles, que o escutaram com grave atenção.
O rei falou aos deuses rebeldes:
- Declarem, sob juramento, que falarão a verdade e respondam: quem instigou a rebelião? Quem despertou Tiamat? Quem liderou a batalha? Que o instigador da guerra seja entregue, que seja considerado culpado e receba punição, e que a paz reine entre vocês para sempre.
Os Grandes deuses responderam ao Senhor do Universo, rei e conselheiro dos deuses:
Foi Kingu quem instigou a rebelião, ele revoltou as águas da amargura e liderou a batalha por ela.
Eles declararam Kingu culpado, eles o prenderam e o fizeram se ajoelhar frente a Ea, eles cortaram suas artérias e do sangue de Kingu eles criaram os homens e mulheres. Ea impôs a Kingu sua servidão.
Quando isto foi feito, quando Ea em sua sabedoria criou os homens e as mulheres e o dever de tais homens e mulheres, este ato além de [toda] compreensão, esta maravilha de sutileza concebida por Marduk e executada por Nudimmud
Então Marduk, como rei, dividiu os deuses, uma parte para os céus e outra parte para as alturas: 300 deles nas alturas para zelar pelos céus, os zeladores da lei de Anu, e cinco vezes sessenta para a terra, seiscentos deuses entre o céu e a terra.
Quando a lei universal foi estabelecida, e aos deuses alocados seus domínios, então os Anunaki, os deuses da terra, os deuses que haviam sido derrotados, dirigiram-se a Marduk:
Agora que nos libertaste e fizeste menor nossa carga de trabalho, como devemos retribuir tal graça? Que construamos um templo e que o chamemos O ALBERGUE DO DESCANSO DA NOITE
Lá onde todos iremos dormir uma estação do ano, no Grande Festival, quando todos reunidos em Assembléia, iremos construir altares para ti, iremos construir Parakku, o Santuário.
Quando Marduk escutou [tais palavras] sua face brilhou como a luz do dia:
O zigurate deve ser construído de acordo com os desejos de todos vocês, os tijolos deverão ser colocados em seus moldes e chama-la-emos de Parakku, o Santuário.
Os deuses Anunnaki pegaram suas ferramentas, e levaram um ano inteiro para moldar os tijolos [necessários]; no segundo ano, eles levantaram o ESAGILA, o templo da terra, o símbolo do céu infinito.
Dentro, havia quartos para Marduk e Enlil e Ea. Com toda majestade, Marduk tomou seu lugar na presença deles todos, onde o topo do zigurate erguia-se por sobre a base.
Quando a construção do templo terminou, os Anunnaki construíram capelas para si; então todos se reuniram, e Marduk ofereceu a todos um banquete.
Esta é Babilônia, a cidade querida dos deuses, teu amado lar! Em comprimento e amplidão, ela é nossa, nós a possuímos, alegra-te com ela, pois ela é tua!
Quando todos os deuses se sentaram, houve vinho, festa e risos, e depois do banquete no lindo Esagila eles executaram a liturgia, os ritos sagrados, a partir dos quais o universo recebe sua estrutura, onde o oculto é trazido às claras, [pois é] através do universo que aos deuses são atribuídos os seus caminhos.
Quando os 50 Grandes deuses se sentaram com os Sete que planejam a natureza imutável das coisas, eles levaram os trezentos até o firmamento. Lá também foi que Enlil levantou o arco de Marduk, colocando-o frente aos deuses.
Ele também ergueu a rede; os deuses elogiaram o trabalho da rede ao verem o quão artesanal era ela, os deuses elogiaram a beleza do arco.
Anu levantou o arco, beijou-o e disse para os deuses:
Este arco vem de mim, e dou a ele um nome sagrado:
O primeiro nome é Longo Bastão, o segundo é para Bastão da Chuva, o terceiro é Bastão das Estrelas que brilham nos céus.

E o Bastão das Estrelas transformou-se num deus entre os deuses.
Quando Anu acabou de pronunciar o destino triplo do arco, ele ergueu o trono do rei e colocou Marduk em cima deste na Assembléia dos deuses.
Dentre eles, surgiu um brado, pelo óleo e pela água, pinçando suas gargantas, para ligar o destino na dor da morte, eles ratificaram a autoridade de Marduk como Rei dos Reis, Senhor dos Senhores do Universo. Anshar deu graças à Marduk, chamando-o de ASARLUHI, o nome que é o primeiro, o mais alto.
- Esperaremos e escutaremos, reverenciaremos e adoraremos o nome dele!
A palavra dele é o último apelo, a vontade escrita dele tem amplo domínio no ponto mais alto e no ponto mais baixo. Toda glória seja dada ao filho, nosso vingador! Seu império não tem fim, pastor dos homens e mulheres,
ele fez da humanidade suas criaturas até o final dos tempos, [e deste fato a humanidade] jamais irá se esquecer!
Ele deve comandar as hecatombes, para os deuses,
[A humanidade] deve encomendar alimentos para os pais e mães.
E adorar no santuário,
onde o odor do incenso e o murmúrio da liturgia
ecoam na terra os costumes do céu.
Os homens e mulheres de cabelos escuros irão adorá-lo na terra,
os que lhe foram sujeitos irão lembrar seu deus,
à cuja palavra eles deverão adorar a deus.
Que as oferendas de alimento jamais faltem para o deus e a deusa, este é o comando dele.
Que os homens e mulheres sirvam aos deuses, este é o comando do deus, que os homens e mulheres trabalhem suas terras, construam suas.

Que os homens e mulheres de cabelos escuros sirvam os deuses na terra sem remissão, enquanto que para nós, na multitude de seus nomes,
Ele é nosso deus.
Saudemos a ele com seus nomes,
Que o saudemos com seus 50 nomes, o deus único.


Fonte:
http://www.sigghil.com/

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